quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Kindle Fire vai fritar tablets com Android


A Amazon anunciou nesta quarta-feira (28) o Kindle Fire, que muitos viram como concorrente do iPad 2. Engano. O aparelho vai acabar com Galaxy Tab e companhia.


Com um preço agressivo de US$ 199, a Amazon conseguiu criar o primeiro tablet superbarato e, à primeira vista, decente da história (claro que só os testes exaustivos no INFOlab podem confirmar isso). Até agora, nenhum dos principais fabricantes associados ao Android conseguiu ou quis repetir esse feito. Samsung, Motorola, Acer e Asus criaram modelos que não fogem muito do valor do iPad 2, com configurações parecidas e um grande problema em comum: a falta de conteúdo.

Hoje, praticamente não há jornais e revistas para os tablets com Android. O Google também não conseguiu montar uma loja de MP3 e o serviço de vídeos criado este ano, disponível apenas nos Estados Unidos, só permite alugar filmes. Há o Google Books, mas seu acervo ainda é mais limitado do que o da Amazon e também vale só na terra do Tio Sam. Esses problemas forçam o dono de um tablet com Android a procurar aplicativos de terceiros, capazes de preencher o vazio. Nesse ponto, a Apple – que conta com iTunes Store e App Store e exige só um login para tudo – não tinha concorrentes à altura. Até agora.

Com conteúdo capenga, os tablets com Android tinham a seu favor sua configuração (em alguns casos) ou um ou outro recurso extra (USB, DLNA, teclado retrátil, etc). Mas, para usuários leigos, esse idioma é grego. Pessoas comuns querem um tablet que traga um universo dentro de si e ainda seja fácil de usar. Foi justamente isso que garantiu o sucesso da Apple, que até hoje detém quase 70% desse mercado. O iPad e seu ecossistema tornaram-se uma solução, enquanto sobram lacunas nos rivais.

O Kindle Fire não sofre desses males. Como funciona associado aos serviços da Amazon, qualquer pessoa com uma conta na loja virtual poderá comprar e baixar milhares de filmes, músicas, livros e revistas, de modo fácil e intuitivo. A Amazon usou o Android como base, mas reconstruiu a interface radicalmente e tirou qualquer referência ao Google e seus serviços. Criou, assim, um aparelho multimídia que pode ter menos recursos do que os concorrentes, mas cumpre bem o seu propósito. Tudo isso só está disponível, claro, nos Estados Unidos.

As primeiras vítimas da estratégia da Amazon serão os tablets Xing-Ling, que custam quase a mesma coisa e pecam pela qualidade. Em seguida serão derrubados os tablets com Android. Eles terão de custar bem menos e os fabricantes vão precisar pressionar o Google para melhorar o conteúdo associado. Por último, o Kindle Fire vai chamuscar o iPad. A Apple perderá menos porque já se estabeleceu no mercado e seu produto virou sinônimo de tablet. O Kindle Fire é o único com uma marca forte o suficiente para competir. Os outros vão ter que se virar – e rápido.

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