sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Qual o melhor tablet com mais de 9 polegadas?






Se existiam dúvidas, o mercado tratou de eliminar cada uma delas. Os tablets vieram para ficar. Muito mudou desde o nascimento do primeiro iPad, que colocou em destaque e marcou o início de uma categoria completamente nova. Até então, tablets eram uma categoria esquizofrênica de notebooks. Equipados com telas sensíveis ao toque (normalmente resistivas), eles giravam a tela e entregavam um resultado pobre com Windows. Felizmente isso mudou. Os tablets se fixaram como plataforma para acessar conteúdos ricos, aplicativos e também produzir muita coisa.

O iPad 2, que chegou por aqui no final de maio deste ano, continua liderando tendências e a categoria. Opiniões efusivas de adoradores e depreciadores da Apple à parte, há pontos cruciais que colocam o tablet da maça à frente dos concorrentes com Android. Um ponto chave é o armazenamento interno do modelo com maior capacidade (64 GB), que mesmo com outros oferecendo entrada para cartões microSD, caso do Xoom, não pode ser ignorado. Soma-se a esse recurso a excelente qualidade da tela, mesmo com uma resolução inferior ao dos tablets com Honeycomb, ainda tem um brilho mais intenso e cores mais vivas. Seu único concorrente a altura neste ponto é o Galaxy Tab 10.1, da Samsung.

Mas o ponto crucial que coloca o pequeno tablet de 9.7” acima dos outros é o casamento ideal entre seu hardware e o sistema operacional iOS, o grande número de desenvolvedores oferecendo aplicativos de qualidade e as características únicas que facilitam o consumo de conteúdo. Nesse ponto o Android ainda é defasado. A AppStore tem mais a oferecer, e não estamos levando em conta o número absoluto, pois há muito lixo em todas as lojas, mas sim a diversidade de publicações, livros, jogos e utilitários.

Assim como na escolha de um notebook, o que conta é a necessidade do usuário. Mesmo o iPad sendo superior em muitos aspectos, a falta de expansão de memória, acessórios que ampliam as capacidades e maior versatilidade com formatos de arquivo, por exemplo, podem fazer dos concorrentes uma opção bem mais viável. Cabe a cada um compreender seus anseios e vontades e encontrar o aparelho ideal para ajudar a atendê-las.

Asus Eee Pad Transformer - Nota 8,4



Não foi à toa que o Eee Pad Transformer TF101, da Asus, virou o tablet com sistema Android mais vendido no mundo, com estimadas 400 mil unidades distribuídas em junho. Com processador de dois núcleos e tela de 10,1 polegadas, ele é um dos raros modelos de primeira linha com preço inferior ao do iPad 2 mais simples (lá fora, a diferença é de 100 dólares). Com a ajuda de uma dock se transforma num netbook. O Transformer tem leitor de cartão microSD, câmeras de 1,2 MP e 5 MP para filmar em 720p, saída miniHDMI e apps para editar documentos do Office e acessar arquivos armazenados remotamente. Mas a falta de conexão 3G faz do Wi-Fi o único caminho para acessar a internet. Foi muito boa a experiência de uso no INFOlab durante a navegação na web, em sites com Flash, no trabalho, com aplicativos, e para jogar. A reprodução de vídeos em MPEG-4 em alta definição otimizados para tablets é suave. Bem diferente dos engasgos verificados na execução de arquivos em 720p e 1080p em outros formatos. O fôlego da bateria em uso intenso também deixou a desejar.

Mas as escassas 5 horas e 44 minutos de bateria do Eee Pad Transformer podem ser complementadas pela bateria interna da dock Eee Station, que chega no país em Setembro. Ela acrescenta mais 4 horas e 52 minutos a essa conta. O conjunto acaba superando até mesmo a marca de 7 horas e 23 minutos do iPad 2.

Dar sobrevida ao tablet é apenas uma faceta secundária da dock. Com suas teclas em espaçadas e em formato de chiclete, ela permite uma digitação confortável e menos suscetível a erros do que a da maioria dos netbooks. Além dos tradicionais botões de multimídia, há teclas dedicadas para o Android: “Home”, “Buscar” e “Voltar”. O único inconveniente do layout do teclado é a tecla Shift, que é apenas sutilmente maior que as outras teclas. Mesmo não havendo qualquer restrição ao uso do touchscreen em conjunto com a dock, a Asus felizmente não deixou de incluir um trackpad com botão. Uma pena que alguns jogos ainda não estão adaptados ao uso da Eee Station.




Outro aspecto bem legal da dock é o grupo de conexões que ela traz consigo: duas USB 2.0, e um leitor de cartão MMC, SD e SDHC. As portas USB são especialmente interessantes porque aceitam periféricos como mouse, teclado e HDs externos. Por outro lado, nenhuma impressora do INFOlab foi reconhecida pelo tablet. Também houve um problema no sistema operacional quando tentamos transferir um conjunto de arquivos de mais de 3 GB. Nesse caso, o Android reiniciou sozinho, mas as transferências funcionaram normalmente no geral.

Optimus Prime não se decepcionaria com a configuração do Eee Pad Transformer. Ele utiliza a APU Tegra II da Nvidia, que combina o processador dual core ARM Cortex-A9 (1 GHz) com uma unidade de processamento gráfico que utiliza a arquitetura da GeForce. O Transformer também manda bem na memória, com 1 GB de RAM e 16 GB de capacidade interna. Se considerarmos os dois slots de cartão (um no corpo do tablet, outro na dock), memória interna poderia ser expandida até 80 GB, número muito alto para um tablet.

Mesmo com o reforço de todos esses zeros, é possível perceber um leve atraso na passagem de tela da área de trabalho. Não que a experiência do Android 3.1 Honeycomb seja muito prejudicada por isso. A navegação pela internet é fluida e o aparelho se dá bem com flash. Essa versão do sistema operacional da Google conta com algumas melhorias, como uma UI mais adaptadas a resoluções maiores.

Alguns dos aplicativos pré-instalados no Transformer são: o aplicativo de DLNA com player embutido MyNet; o MyCloud, que permite compartilhar arquivos de mídia a partir de um servidor na nuvem; e o e-reader MyLibrary, que possibilita a compra de livros na loja Asus@Vibe. O essencial Polaris Office também marca sua presença para visualizar e editar arquivos do pacote Office.




Entre os aplicativos para Windows que vêm no pacote PC Suite, um dos mais legais é o MyDesktop. Quando instalado ele permite utilizar o tablet para controlar o PC remotamente via rede. Semelhante a um VNC, o PC Suite mantém a conexão protegida por uma senha.

Sem a Eee Station, o rol de conexões desse tablete se reduz a uma conexão proprietária, um slot de cartão microSD, um P2 para fones e uma saída de vídeo e áudio miniHDMI 1.3. A conexão proprietária serve ao duplo propósito de ligar a dock ao tablet e de interagir com portas USB por meio de um cabo. Restringir a interface USB dessa maneira é um pouco frustrante, mas não deixa de ser uma solução razoável para o problema da conexão da dock. Já a miniHDMI 1.3 está de bom tamanho para um tablet e constitui um tremendo ponto positivo no quesito entretenimento. A ausência de 3G é talvez o ponto mais fraco desse tablet.

É verdade que a as câmeras frontal (de 1,2 MP) e traseira (de 5MP) têm uma resolução boa, mas as imagens que elas produzem não atendem às expectativas. Tanto as filmagens quanto as fotos saem um tanto embaçadas e privadas de detalhamento. As câmeras do Transformer não vão muito além da sua função de instrumentos de vídeo conferência.

Por outro lado, a tela de 10,1 polegadas é uma fatia respeitável de tecnologia. Além de possuir uma resolução excelente de 1280 x 800, ela utiliza cristal líquido em IPS, o que garante um amplo ^angulo de visão de 178 graus. Seu ‘único ponto fraco ‘e o fato de não ser oleofóbica, juntando marcas de dedos.

Quando se fala em partes removíveis como a Eee Station, logo se levanta a questão da durabilidade do produto. Felizmente, essa não ‘e uma grande preocupação para o usuário do Transformer. Duas travas de metal fixam o tablet na base com segurança e pode-se até mesmo erguer o aparelho pela tela sem correr o risco de desconectá-lo.

Motorola Xoom - Nota 8,5


Lançado no final de fevereiro nos Estados unidos, o Xoom, da Motorola, é o primeiro tablet da geração Android 3.0 Honeycomb a desembarcar no Brasil. INFO conferiu de perto o modelo em ação durante o Mobile World Congress, em Barcelona e, posteriormente, no INFOlab. A configuração do Xoom é a mais imponente entre os Androids, com tela de 10,1 polegadas, chip dual core, 32 GB de armazenamento interno, câmeras de 5 MP e 2 MP, slot para cartão microSD e portas microUSB e microHDMI. Lá fora, o modelo é vendido por preços entre 599 dólares (com Wi-Fi) e 799 dólares (modelo com conexão 3G e upgrade programado para 4G LTE). Aqui, sua configuração mais básica é vendida por R$ 1.899.

O corpo do Xoom (a pronúncia correta é "zum", apesar da versão "chum" ter sido naturalmente mais bem aceita no INFOlab) é leve e esguio, com construção feita em alumínio. Sua espessura, de 1,3 centímetro, é a mesma do primeiro iPad, embora 5 milímetros maior que a última versão do tablet da Apple. Nas outras dimensões, este gadget da Motorola é bastante semelhante aos rivais iPad, LG Optimus Tab e Galaxy Tab 10.1 – com ressalva para a espessura deste último, que é de 0,8 cm. Ele é o mais pesado dos tablets que testamos, com seus 730 gramas (50 g acima do iPad de primeira geração; 103, 125 e 135 gramas acima de Optimus, iPad 2 e Galaxy 10.1, respectivamente).



Na mão, o dispositivo é bastante estranho – a mesma opinião que temos para com qualquer tablet que passou por aqui. O acabamento é emborrachado para melhor atrito e os altofalantes são posicionados na porção traseira do Xoom, o que não é muito interessante para a propagação acústica, mas previne o tapamento do áudio durante o manuseio. Também é nas costas do gadget que está a câmera de cinco megapixels, ao lado de seu flash de LED botão de liga/desliga. Abaixo, vê-se o logotipo da Motorola e o do Google. Só há uma cor disponível, num misto de cinza-chumbo e preto.

As conexões do Xoom são microUSB e microHDMI, boas para transferência de dados e para mandar a imagem para uma TV de alta definição (isto é, caso você tenha o cabo, não incluído). Na borda superior fica a saída de áudio P2 do gadget, uma localização muito estranha, para não dizer infeliz. A qualidade de áudio, como você já imaginava, é medíocre, somando-se a isso o posicionamento traseiro dos altofalantes.


A tela de qualquer tablet deve ser seu destaque, e a Motorola realmente quis ganhar pontos neste quesito. As 10,1 polegadas do Xoom são preenchidas por 1280 por 800 pontos, tornando sua resolução pouco maior que HD (720p) e resultando em densidade 150 pontos por polegada, um dado bastante avantajado (o iPad 2 tem 132 ppp, para se ter noção). O brilho, cores e ângulo de visão deste LCD também são bastante satisfatórios. Como empregam tecnologia capacitiva de sensibilidade ao toque, sentimos pouca ou nenhuma diferença entre a resposta das telas de tablets das grandes fabricantes, incluindo o desta análise.

A resolução das câmeras do Xoom, de cinco e dois megapixels (traseira e frontal, respectivamente), está no topo da montanha da categoria, com exceção do vídeo. A adição do flash de LED é uma boa tacada da fabricante, apesar de o Galaxy 10.1 e o Playbook, da RIM, filmarem em 1080p, em detrimento das "poucas" 720 linhas de vídeo do tablet da Motorola. A qualidade de captura do dispositivo se assemelha bastante a que fazem os smartphones, com desempenho bom quando em iluminação natural e muito ruim em ambientes de pouca luz. Gostamos do recurso time lapse, para registrar um largo espaço de tempo e, posteriormente, montar um pequeno filme.

Além dos sensores acelerômetro e giroscópio, o Xoom possui também um barômetro embutido, permitindo medir pressão atmosférica em qualquer situação. Esse extra ser útil ou não dependerá da sua profissão, mas de que ele é divertido não temos dúvida. 

Uso

O sistema operacional Honeycomb, que rege as atividades dentro do Xoom que testamos, tem quase nenhuma modificação. Há aplicativos padrão para entrar no Gmail, Google Maps (com geolocalização através do GPS assistido) e agenda. O navegador possui abas superiores, ao estilo Chrome, e todos os comandos são realizados pela tela, dada a ausência de botões, assim como há na primeira versão do Galaxy Tab. O QuickOffice, em versão restrita a visualização, permite a abertura de arquivos DOC, XLS e PPS, por exemplo. Arquivos PDF também podem ser abertos e vistos com tranquilidade.

Você está cansado de saber, mas é preciso lembrar a enorme vantagem do sistema Android ser compatível com Adobe Flash, para navegação na internet. A grande disponibilidade de aplicativos gratuitos, no Android Market, é outro ponto forte da plataforma em relação ao dispositivos Apple.



Navegar por entre os ambientes criados pelo Android 3.0, no Xoom, é bastante divertido. Graças ao forte processamento de dois núcleos do processador Nvidia Tegra II de 1 GHz mais os 1.024 megas de RAM, as "homes" podem ser jogadas horizontalmente com facilidade. A animação tridimensional de tais ambientes, apesar de ter sido alvo de reclamação por alguns usuários do Android para celulares, é de fato bem feita e, me arrisco a dizer, bonita.

O teclado QWERTY virtual do Xoom é imenso – e isso não se deve só à grande diagonal da tela. Quando ele é chamado, o conjunto de teclas toma mais que metade de todo o visor, deixando cada comando com espaço consideravelmente maior que um teclado físico (e que os dos outros tablets, também). Por mais que a experiência de digitar no touchscreen, na nossa opinião, ainda seja muito ruim, a Motorola se mostrou realmente disposta a facilitar a tarefa. Um dos extras disponibilizados pela fabricante, na sua loja virtual dos EUA, é um teclado de verdade, que se conecta ao gadget via Bluetooth. Ponto negativo para a ausência de capacidade Swype.



Há uma bela gama de acessórios feitos pela própria fabricante. Se não há a tão bem-quista capa Smart Cover, existe a Portolio Case, que, segundo a Motorola, estará em breve disponível no país – nos EUA, ambos dispositivos têm o mesmo preço. Lá fora, também existe uma dock com altofalantes, saída de vídeo e recarga para o tablet.

A duração de bateria rodando vídeo, nos nossos testes, foi de 6h19min, ou uma hora e quatro minutos a menos que o iPad 2.

Em suma, não há dúvida de que o Xoom é um forte concorrente para o iPad 2 – que dirá para a primeira versão do tablet da Apple. O sistema operacional precisa melhorar muito para se equiparar à experiência proporcionada pelo iOS, mas há aplicativos gratuitos e um potencial de refinamento futuro muito maior, graças ao seu caráter aberto. O hardware tem seus vícios – o Xoom é mais espesso e pesado que o iPad 2 – e suas virtudes: as câmeras e tela são inquestionavelmente melhores. Quem compra um iPad adiciona (mais) uma maçã mordida ao seu inventário de status quo eletroeletrônico, mas a Motorola e seu investimento pesado no mercado brasileiro garantem promoções aqui e acolá, pondo lenha na fogueira do nicho.

Galaxy Tab 10.1 - Nota 8,7



Não dá para saber se, no momento em que você estiver lendo este texto, o Galaxy Tab 10.1 estará nas lojas. Isso não tem a ver com os estoques da Samsung. A dúvida existe por conta dos processos em que a Apple aponta muitas semelhanças entre o iPad 2 e o Galaxy Tab. Na Europa e na Austrália, o tablet da Samsung chegou a ser proibido. Polêmicas à parte, o gadget realmente merece atenção graças ao seu ótimo acabamento e à interação azeitada entre hardware potente e uma versão especial do sistema Android 3.1. Entre as novidades, estão os miniaplicativos que rodam sem ocupar a tela toda e podem ser usados com outros programas. É quase como num PC. Outro destaque é o teclado virtual, espaçoso e com várias opções de visualização. Antes de chamar o Galaxy Tab de matador do iPad, porém, é preciso destacar alguns pontos fracos, como a falta de conteúdo para aproveitar a tela grande, a duração da bateria menor que a do rival e o desempenho do tablet como player multimídia. Sua saída HDMI necessita de um adaptador próprio e só suporta 720p de resolução.

Semelhanças físicas à parte, os tablets possuem pontos bastante divergentes. Equipado com um processador ARM Cortex A9, com dois núcleos de 1 GHz, 1 GB de memória RAM e, como já diz o nome, uma tela de 10,1 polegadas, o tablet da Samsung tem força de hardware para superar seu rival da Apple. No entanto, o iOS ainda parece bem mais fluido que o Honeycomb 3.1, há um leque maior de aplicativos interessantes na AppStore e, principalmente, mais conteúdo para consumir, como livros, revistas, etc. Assim como outros representantes da família Android, o Galaxy Tab 10.1 conta com DLNA e aceita diversos formatos de vídeo, são eles: WMV (9,8 e 7), H.264, MPEG4, Xvid, DivX, H.263 e VP8. O tablet não só rodou arquivos em 1080p, mas também deu conta de legendas em arquivos separados. Um problema é a saída HDMI para ligar o pequeno em uma TV, que requer um adaptador e tem resolução de 720p. Assim como no Xoom e no Eee Pad Transformer, a tela do Tab 10.1 conta com 1280 por 800 pixels.



Sendo membro da família Galaxy, a Samsung manteve em seu tablet a tradição da TouchWiz, interface modificada do Android. No Tab 10.1 a grande mudança são aplicativos que rodam sem ocupar toda a tela. Assim como em um PC, o usuário pode abrir a calculadora por cima do navegador ou editor de texto, ampliando a multitarefa. A ideia é bem interessante mas, na prática, faltam aplicativos para tirar proveito da novidade. Fazem parte desse pacote as apps Task Manager, Calendar, World Clock, PadMemo, Calculator e Music.

Para o usuário não correr desesperadamente para a market, a Samsung tratou de adicionar seu SocialHub, agregador de redes sociais e mensageiros instantâneos, Polaris Office (edição e criação de arquivos), Netmovies, Pulse (agregador de notícias), eBooks, um leitor de livros e PDFs que não tem loja específica, mas o usuário pode cadastrar uma e um editor de imagens simples.


Quando um aplicativo tem entrada de texto, o teclado virtual aparece com teclas largas e ocupa metade da área disponível (caso o aparelho esteja na orientação vertical). Existem três teclados disponíveis para o usuário: Um para acessibilidade chamado TalkBack (é necessário ter o recurso de acessibilidade ativado), um da Samsung, um original do Android e um Swype. O último tem uma curiosidade: é possível deixá-lo pequeno (não ocupando a largura da tela). Ainda no modo Swype, ao clicar no botão para acessar o teclado numérico há um botão chamado Edit. Ele abre um terceiro layout de teclado com opções para cortar, copiar, rolar página, selecionar, ir ao começo e ao final.

iPad 2 (3G / 64GB) - Nota 9,1






Assim como aconteceu com o iPhone 4, o iPad 2 veio ao mundo sem nenhum recurso revolucionário. Minimalista e certeira, a Apple realizou o upgrade óbvio de itens defasados, como o processador e a falta de câmeras, e concentrou esforços no design. O iPad 2 tem as mesmas capacidades (16, 32 e 64 GB) e preços (499, 599 e 699 dólares, com acréscimo de 130 dólares para as versões com 3G), mas em um corpo mais elegante, com molduras preta ou branca ao redor do LCD de 9,7 polegadas. A redução do peso, para 605 gramas, e da espessura, ficou 33% mais fino, agora com 0,8 centímetro, potencializam ainda mais a já excelente experiência de uso. A integração perfeita entre o hardware, o sistema iOS 4.3 e as dezenas de milhares de aplicativos é um item que ainda deixa os concorrentes atrás.

O INFOlab testou a versão mais completa do iPad 2, com 3G e 64 GB de memória. O processador dual core A5 de 1 GHz deixou o tablet mais ágil para carregar aplicativos, páginas da web e revistas digitais. Mas a diferença não é algo que impressiona. O iPad 2 foi bem na codificação para 720p de um clipe de cinco minutos do aplicativo iMovie (baixado por 4,99 dólares). A tarefa foi concluída em 4 minutos e 32 segundos. O outro upgrade obrigatório do iPad 2 foi a incorporação de câmeras para filmar em até 720p e fazer videoconferências por Wi-Fi pelo FaceTime com outros iPad 2, iPhones, iPods Touch e computadores Mac mais recentes. Nisso, o tablet brilha. A encrenca aparece quando as câmeras são usadas para fotografar. A melhor delas, a traseira, faz fotos com resolução de 0,7 MP e não tem flash. O resultado é pífio. Outras queixas que já atormentavam Steve Jobs continuam válidas.

O iPad 2 segue ignorando Flash e não há leitor de cartão ou saída HDMI no corpinho elegante. Mas já dá para comprar um cabo com adaptador HDMI (39 dólares) e usá-lo para levar os vídeos do iPad 2 para a TV. Segundo a Apple, a bateria do iPad 2 é a mesma do antecessor e suporta dez horas de uso. No INFOlab, ela resistiu a 7 horas e 23 minutos reproduzindo filmes em 720p, ininterruptamente, com mais de dez aplicativos abertos em segundo plano e Wi-Fi e Bluetooth ativados. Apesar de abaixo do especificado, a marca é muito boa. Até porque um usuário comum raramente usará o tablet nessas condições.

O iPad 2 pode chegar ao Brasil no dia 27 de maio, pelo valor de 1.750 reais. Desde março, quem circula entre as gôndolas dos supermercados Extra e Walmart pode estacionar o carrinho no setor de eletrônicos, experimentar e comprar um iPad. Fabricantes como Positivo, Itautec e Semp Toshiba confirmam que terão suas versões, mas não dão detalhes como tamanho de tela, configuração ou sistema operacional. “A escolha do sistema não é uma questão tão simples e nem o tablet é só hardware. O sucesso da Apple com o iPad está no ecossistema”, afirma Hélio Rotenberg, presidente da Positivo, destacando a integração do tablet da Apple com as lojas de aplicativos.



Entendendo a era dos tablets



Nos dias 12 e 13 de março, o primeiro fim de semana de vendas do iPad 2, Apple entregou cerca de 1 milhão de unidades de seu novo tablet. Filas imensas se formaram na porta das lojas, e consumidores aflitos para colocar as mãos na segunda versão do iPad, como o brasileiro Breno Masi, que passou 14 horas sob chuva e frio de 4 graus, mas saiu da loja da Apple na Quinta Avenida, em Nova York, com dois, um branco e um preto, mostram que Steve Jobs pode não ter exagerado quando fala que estamos caminhando para a era pós-PC. Os estoques se esgotaram rapidamente e o resto da história você já conhece. Duas semanas depois, aconteceu o mesmo fenômeno de vendas na Europa. Por aqui, até o final de março, o lançamento oficial ainda era um mistério.

Mesmo sem nenhum recurso revolucionário, apenas mais fino, leve e veloz, o que torna sua experiência de uso, que já era ótima, ainda melhor, a estreia do iPad 2 supera com folga a chegada de seu antecessor. A primeira versão do tablet da Apple chegou ao primeiro milhão em 28 dias e encerrou 2010 com 15 milhões vendidos. Mas até quando a Apple vai nadar de braçada nesse mercado? Como o iPad reagirá à companhia de novos e promissores concorrentes que começam a chegar? Ainda no primeiro semestre, as lojas serão tomadas por uma legião de tablets cuja missão é abocanhar um naco importante do mercado.

Segundo o instituto de pesquisas Gartner, o total de tablets comercializados neste ano deve alcançar 54,8 milhões e chegar a 103,4 milhões em 2012. Isso significa que netbooks e notebooks correm o risco de perder sua hegemonia no mercado de portáteis para uso pessoal? Ainda é difícil cravar que sim, desaparecerão, mas a experiência de uso de um tablet tem se mostrado infinitas vezes mais prazerosa e isso conta, e muito, na decisão de compra. Do ponto de vista estritamente racional, o sucesso dos tablets chega a ser intrigante. Eles são caros e, a rigor, não muito úteis para quem já possui um smartphone e um notebook para as tarefas mais pesadas. O iPad mais simples custa 499 dólares nos Estados Unidos e 1 649 reais no Brasil. No primeiro momento, a nova geração de tablets com a plataforma Android também não terá preços muito convidativos.

O que torna o iPad tão atraente é sua experiência de uso. Manipular um aparelho com uma tela grande, sensível ao toque, com ótima qualidade de imagem e respostas precisas aos comandos realizados em um sistema operacional simples e intuitivo é fascinante para pessoas de qualquer idade. A portabilidade também impressiona. Nem tanto pelo peso (605 gramas no iPad 2), mas principalmente pela autonomia de bateria, muito maior que a de qualquer notebook, permitindo o uso por cerca de dez horas.

Tudo isso fez com que o iPad se transformasse no objeto de desejo do momento para navegação na web, leitura de revistas digitais e para a diversão com vídeos e jogos em qualquer lugar. “A grande questão de toda nova tecnologia é o quanto ela será útil para o consumidor. O tablet já mostrou seu potencial”, diz Rodrigo Ayres, gerente de produto e inteligência de mercado da LG. O grande desafio da LG e de outros rivais
da Apple é superar os atrativos do iPad como dispositivo para consumo de mídia. Não será uma missão fácil. Usuários foram questionados em uma pesquisa sobre as três principais funções que procuram em um tablet. A maioria disse navegar na web, assistir a vídeos e jogar. “Nenhum concorrente faz isso tão bem quanto o iPad”, afirma Dmitriy Molchanov, analista de dispositivos conectados do instituto Yankee Group.

A principal ameaça ao monopólio do iPad veste a camisa do Android, o sistema operacional do Google. São aparelhos como o Galaxy Tab 10.1, da Samsung; o Optimus Tab, da LG; e o Xoom, da Motorola. Suas armas são o hardware poderoso, em muitos pontos superior ao do iPad 2, e o tão aguardado Android 3.0 Honeycomb, a versão do sistema para smartphones que mais cresce, agora adaptada para rodar em tablets. Equipamentos com o sistema do Google devem pipocar às dezenas nos próximos meses e engrossar a invasão Android iniciada no final de 2010, quando foram vendidos 18 milhões de tablets mundo afora, segundo a consultoria IDC. Entre julho e setembro do ano passado, 93% dos tablets comercializados eram iPad. Com a chegada do primeiro Galaxy Tab, a participação do iPad caiu para 73%. E não há dúvida de que cairá ainda mais, como mostram os testes do INFOlab com o Galaxy Tab 10.1 e o Optimus Tab.

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