sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sony prevê Natal nebuloso


Tóquio - A Sony não vê grande motivo para animação em sua temporada de festas de final de ano normalmente robusta, em função do desânimo no consumo mundial, e não tem muitas opções para enfrentar a forte queda do euro diante do iene, afirmou um importante executivo.


"Considerando a Europa e a América do Norte de modo geral, as perspectivas são nebulosas", disse o vice-presidente financeiro Masaru Kato à Reuters em entrevista na terça-feira, quando perguntado sobre as vendas de final de ano. "Não vemos razão para otimismo", afirmou.

A Sony não tinha "truques" para evitar o problema cambial, acrescentou.


Essa dupla dificuldade vem pressionando ainda mais a empresa, que um dia foi o símbolo do setor japonês de alta tecnologia, a reformar sua divisão de televisores, que está a caminho de seu oitavo ano consecutivo de prejuízo.


A Sony não tem planos de anunciar reestruturação importante naquela divisão, segundo Kato.


A empresa, cujos produtos variam do console de videogame PlayStation a seguros de vida, previu lucro operacional de 200 bilhões de ienes (2,6 bilhões de dólares) no ano fiscal que se encerra em março de 2012, ante uma estimativa de consenso de 175,5 bilhões de ienes entre os analistas consultados pela Thomson Reuters I/B/E/S.


Parte da pressão sobre o lucro deve vir da fraqueza do euro, dada a estimativa da empresa, em abril, de que cada iene de alta na cotação da moeda japonesa diante do euro reduziria seu lucro operacional em seis bilhões de ienes.


Na terça-feira, o euro estava cotado em torno de 104 ienes, ante projeção de 115 ienes nas contas da companhia.


Kato disse que transferir proporção maior da montagem de produtos à zona do euro não seria uma forma efetiva de combater a alta do iene, porque componentes teriam de continuar a ser adquiridos no Japão e outras nações asiáticas.


A Sony já transferiu 75 por cento de suas atividades de produção ao exterior, e enfrentaria dificuldade para elevar ainda mais essa proporção, afirmou o executivo.

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